Texto & imagem: Crônicas de educação, Cecília Meireles

“Quando nos aproximamos do mundo infantil, o primeiro cuidado que devemos ter é o de agir de tal modo, que entre nós e as crianças se estabeleça uma ponte de absoluta confiança, por onde possamos ir até elas, e elas, por sua vez, sejam capazes de vir até nós.”

Nós e as crianças, volume 1

“Construir uma universidade não é nada. O espírito universitário, esse, sim, é necessário construir, porque só ele é vivo e durável. Ele poderia, mesmo, dispensar a universidade. Mas a universidade, sem ele, é uma vã palavra de gente ociosa.”

Espírito universitário, volume 5

“Em meio à geral angústia que vai pelo país, por motivo desta luta de brasileiros, deviam ser os educadores os primeiros a pedirem paz. No entanto, assim não foi [texto de 1932, ano da Revolução Constitucionalista]. Parece que a voz dos educadores perdeu a coragem de se arriscar a um apelo vão. Parece que eles a recolheram, diante de tamanho infortúnio, vendo, melhor que nunca, o peso deste empenho de transformar a vida para destinos serenos, habitados por homens sem ódio.”

Os educadores e a paz, volume 4

“Oh! como estamos sendo todos os dias ridículos aos seus olhos! E se a sua boca dispusesse de facilidade verbal para exprimir tudo quanto assoma ao seu coração, tudo quanto lhe sugere aquilo que somos, na sua opinião, sentiríamos todo o peso dos nossos defeitos, e talvez nos arrependêssemos e nos procurássemos corrigir… Mas as crianças ainda têm essa qualidade que nos falta: olham, observam, sentem, e não dizem.”

O ambiente infantil, volume 1

“É um mal crescer. Crescer como a maior parte das pessoas cresce. Porque, desgraçadamente, todos os dias, se verifica a atualidade permanente daquela célebre pergunta: ‘Por que, sendo as crianças tão inteligentes, os adultos o são tão pouco?’”

O mal de crescer, volume 2

“O verdadeiro educador, aquele que todos os dias está despertando em redor de si as íntimas possibilidades de vida que a infância resguarda, é uma criatura, por muitos motivos, destinada ao sacrifício, à renúncia constante de seus interesses imediatos. Não é dono de suas alegrias, de seu entusiasmo, da sua liberdade, esse que, no entanto, é, essencialmente, um fator de liberdade, entusiasmo e alegria.”

Sacrifícios do educador, volume 3

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