Aula de literatura, pelo mestre Manuel Bandeira

Muitas vezes, a partir do texto de um autor consagrado pode-se desdobrar muito conhecimento. Para professores, um portal aberto de possibilidades de aula. Dentro do livro Ensaios literários (Global Editora), de Manuel Bandeira, há um exemplo disso, a partir do texto “Apresentação da poesia brasileira”. Praticamente um livro dentro do livro, com 141 páginas, esse ensaio condensa a história da poesia no Brasil, avaliando as obras dos principais autores, desde o início da colonização portuguesa, depois do ano 1500. É preciosa essa análise vinda de um poeta que é considerado o mais completo de nossa história, tendo começado a publicar já na primeira década do século XX, ainda assim tornando-se um dos grandes nomes do Modernismo, ao longo dos anos 20.

O que não sofre dúvida é que a primeira grande figura da poesia brasileira só aparece na segunda metade do século XVII, na pessoa do baiano Gregório de Matos (1636-1695). Nascido em Salvador, passou a infância na Bahia e estudou leis em Coimbra, doutorando-se advogado em Lisboa, onde também foi juiz do crime, e depois serviu numa comarca próxima como juiz de órfãos e ausentes.

É com linguagem próxima, sem rebuscamento desnecessário, que Bandeira revela o que de mais importante foi escrito na poesia brasileira desde seu princípio. Não raramente encontramos nesse texto uma veia ao mesmo tempo crítica e irônica, marcante na obra poética de Bandeira: “A Poesia do Brasil não é uma indígena civilizada, é uma grega vestida à francesa e à portuguesa, e climatizada no Brasil”.

Bandeira passa pelos diversos tempos e escolas literárias, chegando aos seus contemporâneos, numa viagem absolutamente necessária para podermos entender o que se passa na poesia atual, por exemplo.

Sente-se que Cecília Meireles estava sempre empenhada em atingir a perfeição, valendo-se para isso de todos os recursos tradicionais ou novos.

Sensibilidade comovida e comovente em cada linha que escreve, o Poeta (Carlos Drummond de Andrade) não abandona quase nunca essa atitude de humor, mesmo nos momentos de maior ternura.

 Murilo Mendes é talvez o mais complexo, o mais estranho e seguramente o mais fecundo poeta desta geração.

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