Por dentro do ateliê de Orlando Pedroso

Tendo a ilustração como paixão de infância, Orlando Pedroso, hoje com uma carreira consolidada, publicou seus desenhos pela primeira vez no jornal Em Tempo. Ele conta que partiu do princípio de que queria ser ilustrador de imprensa.

Quando eu era garoto gostava de desenhar, mas não sabia muito bem o que faria com aquilo. Então, quando terminei o colegial, fui fazer Artes Plásticas, e nessa época montei um portfólio e fui bater na porta de editoras de revistas, relata.

Ele conta que a partir daí começou a fazer ilustrações para jornais e passou a ser procurado por editoras para realizar ilustrações de livros infantis. “Fiz ilustrações para a Folha de São Paulo durante muitos anos e acabei tendo contato com o mundo infantil por causa da Folhinha e passei a ser procurado por editoras para fazer ilustrações infantis”, explica.

ilustracao2

Para ele, as ilustrações nos livros infantis passaram por mudanças radicais nos últimos anos. “Antes se contratava um ilustrador para fazer uma ‘graça’ no livro, para que a publicação se tornasse mais atrativa. Atualmente, existem ilustradores no mercado que passaram a ser os próprios criadores da história”, enfatiza.

ilustracao4
Ilustração de Orlando Pedroso feita para o Catálogo Geral da Global editora

Outro aspecto importante ressaltado por Pedroso é que as editoras também passaram a valorizar o trabalho dos ilustradores e cuidam muito mais do aspecto gráfico da obra. “Hoje existe um grau de sofisticação enorme com relação às obras. Em alguns casos, a ilustração passa a ser, até, mais importante do que o texto”.

Ele relata que a autoria de texto veio naturalmente, mas precisou de coragem para colocá-la em prática. “Com relação à autoria de textos é preciso ter uma dose de coragem. No meu caso, acabava chegando alguns textos para que eu ilustrasse, mas que eram ruins, então comecei a fazer tentativas com meus próprios textos”, conta. “Como ilustrador, às vezes nos pegamos inventando historinhas. Fazer com que essas histórias virem livro é um processo no qual é necessário ter muita paciência. É um constante aprendizado.”Pedroso conta que escrever para crianças permite que se trabalhe o aspecto lúdico.

A possibilidade de explorar o aspecto lúdico é o mais fascinante quando se trata de escrever para crianças, analisa. E explica que as histórias só acontecem quando alguém as lê. Um livro em uma prateleira não é nada. A história só vai acontecer nos olhos de quem está lendo. Por isso, quando ilustro, tomo o cuidado de deixar os personagens em segundo plano para que a criança possa imaginar o personagem dela.

ilustracao1
Ilustração feita para o livro “Uêba! Voltando da escola”

Com relação ao processo criativo de suas obras autorais, ele conta que não tem uma dinâmica exata de trabalho. “Trabalho muito com sketchbooks, são cadernos de rascunhos, onde anoto minhas ideias que podem virar um livro. Tem um caso, por exemplo, em que eu fiz a capa do livro, depois voltei, tive uma ideia do que estava lá e agora estou dando continuidade para a história”, relata. Pedroso conta que surgiu a ideia do livro Vida simples e ele ficou pronto em alguns minutos. “Nesse livro, a história veio de uma vez e deu certo. Tenho outros esboços que estão esperando a hora de acontecer. No meu caso, quando é o processo criativo de um livro autoral, ele vem aos poucos.”

Em visita ao ateliê de Orlando, o diretor editorial da Global Editora, Jefferson Alves, acabou de contratar a obra Uêba! Voltando da Escola. “Estou trabalhando em alguns outros projetos, por exemplo, acabei de fechar um livro infantil com a Global, o Uêba! Voltando da Escola e foi uma obra cujo processo foi um pouco complicado. Fiz uns três ou quatro finais para ele. É um livro visual.”

Veja depoimento do autor no vídeo abaixo:


Compre aqui: