Resultados da Rio+20 poderiam ser mais ambiciosos

Resultado de dois anos de trabalhos diplomáticos, reuniões pelo mundo todo e de dez dias de conferência no Riocentro, no Rio de Janeiro, RJ, o documento final da Rio+20 intitulado “O futuro que queremos”, poderia ter sido mais ambicioso.

O documento contém 53 páginas e 283 ítens, acordados por mais de 190 países que marcaram presença durante a Rio+20. Ban Ki-Moon, secretário-geral da ONU – Organização das Nações Unidas, mostrou-se satisfeito, afirmando que o documento é, de certa forma, “ambicioso”. A opinião do secretário foi compartilhada por outros representantes de Estado, entretanto houve representantes que afirmaram que o documento poderia ter ficado melhor.

O porta-voz da Suíça sintetizou: “O documento que temos não é o documento que precisamos. Não há nessas páginas nenhum compromisso concreto”.

O primeiro ministro do Senegal também não se mostrou satisfeito: “Não é uma carta de intenções que garantirá a ‘economia-verde'”, afirmou.

Para o vice-presidente para as Américas da Conservação Internacional, Fabio Scarano, “a Rio+20 resultou em mais um documento insosso, medroso nas intenções, sem meta e sem dinheiro”.

Como resultado das inúmeras degradações humanas, acompanhamos com uma frequência cada vez maior o saldo de mortes por desastres ambientais ao redor do mundo e, levando isso em consideração, é preciso tomar medidas concretas e urgentes.

De acordo com Jefferson Alves, diretor editorial da Editora Gaia, os representantes deveriam ter ouvido mais a sociedade civil durante a conferência. “Se os representantes tivessem firmado verdadeiramente um compromisso com a sociedade civil no sentido de apresentar resultados, não teríamos um documento sem metas claras e objetivas”, enfatiza.