Libertinagem – a obra vanguardista de Manuel Bandeira
Dando continuidade às publicações das obras de Manuel Bandeira, a Global Editora lança Libertinagem, um dos mais importantes livros da carreira do autor. Publicado pela primeira vez em 1930, a obra reúne 38 poemas escritos entre 1924 e 1930, sendo dois deles em francês. Esta edição, coordenada por André Seffrin, traz um caderno iconográfico com fotos do poeta, o frontispício do livro com uma dedicatória a Ribeiro Couto, a capa da primeira edição da obra, além de uma indicação de leitura publicada pelo jornal A Noite Ilustrada, em 5 de maio de 1953, evidenciando a sua relevância 23 anos após o seu lançamento.“Nosso projeto editorial para a edição dos livros de poesia de Manuel Bandeira prevê a inclusão de material iconográfico específico para cada um dos títulos e com Libertinagem não foi diferente”, observa Jefferson Luiz Alves, diretor editorial da Global Editora.
Libertinagem é considerado o livro mais vanguardista e modernista de Bandeira, pois representa uma expressão viva e sedenta de reformulação, traços marcantes do modernismo brasileiro, resultantes da Geração de 22. Nesta obra, pode-se observar um poeta mais seguro em relação à própria liberdade de expressão, além de evidenciar a intenção do rompimento de laços com formas de escritas mais tradicionais, como a poesia parnasiana.

Sob influências europeias, como o futurismo e o cubismo, a Semana da Arte Moderna, de 1922, trouxe, entre outras inovações literárias, uma visão nacionalista mais crítica com relação a história, e promoveu o experimentalismo de novas estéticas, com construções mais livres, sem métrica regular, que aproximou a poesia da prosa. Os textos, em linguagem coloquial, buscavam se libertar do rigor sintático lusitano, apostando em um humor crítico e irônico, que relatava o cotidiano e valorizava a cultura popular brasileira. Em Libertinagem, Manuel Bandeira decide efetivamente, de forma madura e ilimitada, a explorar essas novas técnicas. Embora já tivesse colocado em prática alguns desses experimentos em obras anteriores, como em Carnaval, publicado em 1919, que o designou como um precursor do movimento modernista. Em poemas como “Vou-me embora pra Pasárgada”, Bandeira soube equilibrar essas inovações com a tradição, utilizando técnicas como a de redondilhas maiores (sete sílabas poéticas).
Considerada uma obra de grande relevância para o entendimento de um importante período histórico brasileiro, esteve durante 5 anos (2002 a 2006) na lista de leituras obrigatórias do vestibular da FUVEST.
A liberdade formal é, sem dúvida, uma das grandes marcas deste livro, embaladas pelos temas mais simples que remetem à pureza da infância e, às vezes, a uma fina ironia ou humor irreverente. Também um tom de “brasilidade” ecoa em poemas como “Mangue”, “Belém do Pará” e “Evocação do Recife”, traço característico das mais importantes manifestações literárias dos anos 1920.
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