A crônica, um grande presente

Quem nos deu esse presente chamado crônica? O poeta Affonso Romano de Sant’Anna, ele mesmo grande cronista, diz que o inventor da crônica foi Rubem Braga.

Mas o velho Braga não vale (parafraseando o ex-jogador de futebol Pepe, vice-artilheiro do Santos Futebol Clube, quando se refere a Pelé, o maior artilheiro da história do futebol e com quem jogou ao lado nos tempos mais gloriosos). Ninguém joga sozinho, não importa se no futebol ou na literatura.

A coleção Melhores Crônicas tem um time imbatível de autores, de todos os tempos. E isso, em si, já traduz o poder da crônica – um texto que trata normalmente de seu tempo e se torna eterno, legal demais de se ler não importa a época.

Acontece com os textos de José de Alencar e Machado de Assis, do século XIX; com João do Rio e Lima Barreto, do início dos anos 1920. Com Rachel de Queiroz, que atravessa esse século tão agitado. São tantos olhares. As capas, coloridas, brilham nas estantes pedindo colo e atenção.

A crônica é uma injeção aplicada pela enfermeira mais habilidosa do mundo: vai fundo, mas mal se percebe que feriu. As grandes questões da vida e portanto da literatura estão postas nesses textos. O modo, com graça, estilo, espanto, confidência, companheirismo, leveza, é que a torna tão diferente, tão particular, tão brasileira, diria Manuel Bandeira, como as casas de nossos avós.

 

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