Que tal umas aventuras com ETs?

João Carlos Marinho, Orígenes Lessa e Saint-Exupéry são os guias. O embarque é imediato para quem tem as passagens, que nesse caso são as próprias viagens:

Em O caneco de prata (Global Editora) já está lá um marciano, conversando com um psiquiatra, mas toda a história em torno de um campeonato escolar de futebol, apesar de alucinante, ocorre mesmo na Terra. A Turma do Gordo veio a ter outros contatos imediatos com extraterrestres nos livros O disco – I e II, também de João Carlos Marinho. Tudo começa numa viagem da família do Gordo e os amigos para as montanhas de Minas Gerais. Primeiro o mordomo atropela uma vaca quando avista uma nave espacial voando baixinho. Depois as crianças encontram um arbusto que fala, se apresenta como de outro planeta e pede para salvarem seus ovos. Em seguida, outros ETs raptam a turma, levada para uma nave, e começa a jornada pelo espaço.

trecho do capítulo 10:

“O chefe dos brucutus olhava continuamente para cima, como se esperasse um sinal do céu.

Sobre o tabuleiro os cabritos montanheses continuavam comendo os tufos de capim, entre os cactos. As crianças nunca tinham visto cactos tão grandes: eram muito bonitos, muito ramificados, com espinhos pontudos e fortes. Havia muitas moscas em volta dos cabritos, destas moscas enormes, zumbideiras. Voavam em círculo.

Mariazinha falou para Silvia:

– Silvia, não sei se é impressão minha, mas eu não acho esses cabritos naturais. Nem essas moscas.

– São cabritos bonitos – falou Silvia. – Não vejo nada de errado.

– Os movimentos deles – falou Mariazinha. – Estão certos, estão corretos, mas a realidade não é assim, a realidade é… hum… não sei explicar, estou sentindo mas não sei explicar.

Nesse momento o sol atingiu o zênite e, no lugar dos cactos, dos cabritos e das moscas, surgiu uma nave espacial.”

trecho do capítulo 12:

“Cada quarto tinha três camas e um banheiro anexo. O gordo, a Silvia e a Berenice ficaram num.

Ao entrarem na banheira a água e o sabão apareciam de repente. Depois do banho aparecia, não se sabe de onde, uma forte corrente de ar quente que secava a pessoa. Ao lavarem roupa, a mesma corrente vinha secar. A privada se autolimpava.

As camas eram de metal macio, sem lençol ou cobertor. Não havia travesseiro. Havia também três armários embutidos com as respectivas divisões.”

trecho do capítulo 14:

“O tempo foi passando, estavam há mais de dois meses fora do sistema solar.

A viagem pelo universo é melancólica, o espaço é negro, as estrelas, sem a reverberação da atmosfera, não brilham, e não há sons. A nave, embora em altíssima velocidade, parecia parada para sempre no silêncio de uma escuridão infinita.”

***

Orígenes Lessa criou sua invasão alienígena ao nosso planeta em Os homens de cavanhaque de fogo. A história é quase toda construída em diálogos.

“Ué! Será que eu ainda não acordei? Será que o sonho continua?”

Um homenzinho mais baixo que ele, com o mesmo cavanhaque já visto em outro sonho, estava ao seu lado e lhe levara ao nariz um frasquinho qualquer, que lhe fizera abrir os olhos.

Havia outros homens, pequeninos também, uns de cavanhaque, outros de barba, todos de cavanhaque, barba e cabelos vermelhos. Desciam da coisa redonda, com risinhos que lembravam guinchos. Dois deles, tendo na mão frasquinhos iguais aos do seu protetor (evidentemente ele o amparava e parecia ser o chefe da turma), dirigiam-se para Marcelo e Fernando, como se fossem recuperá-los do desmaio em que jaziam.

– Deixa esses dois como estão – disse numa voz audível, mas sem ser falada, o chefe do bandinho barbudo.

Os outros dois obedeceram, aguardando, imóveis, possíveis ordens novas de seu chefe.

– Teu comando aguardamos – disseram ao mesmo tempo, sem falar. –Ordena, senhor e mestre.

Sempre sem abrir a boca, mas perfeitamente pensando em voz alta, disse o que era chamado de senhor e mestre:

– Sigam as instruções formuladas lá no alto. Preciso repetir?

– De maneira nenhuma, senhor meu! – pensou alto o primeiro.

– De forma alguma, mestre meu! – pensou o segundo.

– Todos em ação imediata! – ordenou o chefe, com o olhar firme e o cavanhaque vermelho de correção impecável.”

***

Antoine de Saint-Exupéry, tão mundial que não podia faltar no catálogo tão brasileiro da Global Editora, trouxe à Terra um dos mais conhecidos personagens da literatura infantojuvenil, o Pequeno Príncipe. Exupéry, que não foi assim tão estranho aos brasileiros, já que pilotava aviões postais que cruzavam o Atlântico entre Europa e América do Sul, algumas vezes pousou em Florianópolis, onde ganhou dos amigos pescadores locais o apelido de Zé Perri.

Precisei de muito tempo para compreender de onde ele vinha. O pequeno príncipe, que me fazia tantas perguntas, parecia nunca ouvir as minhas. E somente por palavras pronunciadas ao acaso que pude, pouco a pouco, inteirar-me de tudo. Assim, quando ele viu pela primeira vez o meu avião (eu não desenharei meu avião porque é um desenho muito complicado para mim), me perguntou:

– O que é esta coisa?

– Não é uma coisa. Isto voa. É um avião. É o meu avião.

Eu fiquei orgulhoso de lhe informar que eu podia voar. Então ele exclamou:

– Como? Você caiu do céu?

– Sim! – eu disse modestamente.

– Ah! Que engraçado!

E o pequeno príncipe teve um acesso de riso que me irritou muito. Eu desejo que levem a sério as minhas desgraças.

Depois acrescentou:

– Então você também veio do céu! De que planeta você é?

Rapidamente, entrevi uma luz no mistério de sua presença e, bruscamente, perguntei:

– Então você vem de outro planeta?”

***


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