7 livros para compreender a miscigenação e o preconceito racial no Brasil

Por volta de 1940, a Europa passava por uma tentativa radical de lidar com a diversidade étnica e religiosa; os Estados Unidos não haviam superado a divisão entre o Norte e o Sul durante a Guerra de Secessão, fazendo com que a população negra ainda fosse marginalizada pela sociedade; e a África do Sul caminhava a passos largos em direção à institucionalização do apartheid.

Enquanto isso, no Brasil, após a Segunda Guerra Mundial, a Unesco financiou uma série de pesquisas a respeito das relações raciais no país. A iniciativa se sustentava na crença de que o Brasil representava um cenário singular no qual brancos e negros tenderiam para a harmonização. A harmonia, porém, até hoje não é plena.

Todos os dias, negros são alvo de agressões motivadas pelo racismo, tornando essencial a comemoração do Dia da Consciência Negra, em 20 de novembro, data em que a luta dos negros contra a escravidão é lembrada em nosso país. Confira abaixo uma lista com 7 obras indispensáveis para compreender a miscigenação e o preconceito racial e a importância do movimento negro no Brasil e no mundo.

  • Casa-grande & Senzala
    Gilberto Freyre
    Com uma linguagem que em muitos aspectos se aproxima da literatura e, por vezes, com um tom irreverente, Gilberto Freyre abalou o meio intelectual dos anos 1930 com este livro ao apresentar, por meio de uma sólida pesquisa em arquivos e bibliotecas do Brasil e do exterior, a miscigenação racial como uma vantagem da sociedade brasileira.
  • Zumbi
    Joel Rufino dos Santos
    Zumbi narra de forma comovente e analítica a biografia do líder negro e a criação, resistência e destruição do quilombo de Palmares. Em seus livros para crianças e adolescentes, mais do que contar histórias, Joel Rufino dos Santos coloca questões pertinentes, para uma releitura crítica da nossa cultura popular, especialmente a negra e a ameríndia.
  • O negro no mundo dos brancos
    Florestan Fernandes
    Esta obra de Florestan Fernandes estuda a situação do negro e do mulato na sociedade brasileira, passando também por temas mais heterogêneos e fortuitos, como o significado das pesquisas sobre relações raciais, a presença do negro em nosso folclore e nos quadros da religião popular.
  •  O navio negreiro
    Castro Alves
    Castro Alves escreveu seus poemas para serem declamados em praça pública, em teatros ou grandes salas. O navio negreiro é um deles, um grito de terror diante da visão humana do escravo. Ao evocar o sofrimento dos negros nos navios que os transportavam da África para o Brasil, o poeta traduz a dor e o sofrimento de toda a humanidade.
  •  Interpretação do Brasil
    Gilberto Freyre
    Inicialmente escrito para estrangeiros, Interpretação do Brasil tem muito o que ensinar aos brasileiros. Traduzido e publicado pela primeira vez em nosso país em 1947, a obra traz um conjunto de conferências apresentadas por Gilberto Freyre em instituições norte-americanas. Os textos reunidos aqui são de suma importância para a compreensão da nossa formação sociocultural, política e literária.
  • Brancos e negros em São Paulo
    Florestan Fernandes
    Brancos e negros em São Paulo apresenta-se como um texto-chave para a compreensão dos meandros que constituíram as formas de discriminação racial no país. O estudo de Fernandes inova ao adotar instrumentos teórico-metodológicos da sociologia crítica para o enfrentamento de uma questão premente do desenvolvimento do país: a inserção do negro na ordem social capitalista brasileira.
  • Gosto de África – Histórias de lá e daqui
    Joel Rufino dos Santos
    Em Gosto de África, o escritor Joel Rufino dos Santos, também historiador e professor universitário, recupera lendas, mitos e tradições da cultura negra e os transforma em sete histórias para jovens – “As Pérolas de Cadija”, “O Filho de Luísa”, “A Sagrada Família”, “O Leão de Mali”, “Bonsucesso dos Pretos”, “Bumba meu Boi” e “A Casa da Flor”.

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